Mariontes urbanas - Parte II ...

O que somos sem nossa voz? Como nos manifestaríamos se nossas mãos estivessem atadas, e nossas bocas lacradas com uma fita adesiva?

Seríamos como vivos-mortos, que não vivem, mas sobrevivem, sempre em função de um problema, de uma situação, mas nem sempre em busca da solução, apenas vivendo um dia após o outro. Conformar-se com o sitema corrupto, é cômodo e muito mais simples. Vestir e usar o que se vê na TV, é muito mais confortável e prático. Pois tudo isso nos evita de pensar, faz com sejamos meros pilotos automáticos acionados por mecanismos de aceitação, pela necessidade de sociedade com as pessoas ao nosso redor.

Como diz uma música do Teatro Mágico, isso faz com que sejamos espectadores da nossa propria vida, apenas vendo-a passar diante de nossos olhos, rindo em situações engraçadas e chorando nas tristes, sempre torcendo pelo mocinho (que somos nós), mas nunca fazendo nada para ajudá-lo, nunca fazendo nada para nada nem ninguém.

Quando um belo dia, uma pessoa desperta e observa toda essa situação, e resolve mudar suas roupas, quebrar a sua TV, rompendo as cordas pelas quais era manipulado, arranca a fita adesiva da boca e solta um grito de liberdade. Ao socializar-se, todos a olham e a apontam como uma ET, uma rebelde sem causa, alguém que quer apenas chamar atenção, alguém que precisa ser notado pelas outras pessoas para se sentir bem consigo mesmo. Em parte eles estão certos, porém, não é para as pessoas que precisamos aparecer ou sermos notados, e sim para a Vida, para que ela nos olhe de uma forma diferente, para que possamos ser notados para todo o sempre por ela, e mesmo depois de mortos tenhamos um legado que permanecerá em quanto a Vida continuar sendo Vida.

Ao rompermos essas cordas, abrimos a nossa cabeça para entender aquilo que uma mente fechada jamais entenderá, aquilo que muitos pregaram mas poucos entenderam, o Amor supremo que não se resume ao afeto de um homem para com uma mulher, mas sim de um Ser Humano para com todos os Seres ao seu redor. A Fé que não é apenas coisa de religiosos e pessoas de igreja, mas sim é a maior força e o maior Dom que o Homem tem, e que é capaz de fornecer-lhe coisas inimagináveis, e levá-lo a dimensões jamais vistas para sentir coisas jamais sentidas.

Todos nós temos esse poder da Fé e do Amor, mas infelizmente, são poucos os que se arriscam a tomar essa posição diante da vida, e praticá-los, pagando o preço da diferença, e do preconceito que provém das outras pessoas. Mas são esses poucos desbravadores que no fim das contas acabam mudando o mundo, enquanto as demais preferem ficar presas a um cabresto de crenças limitadas e coisas materiais, impostas por aqueles que as influenciam através da vida, tornando-os meros vivos-mortos, e réles Marionetes Urbanas....