27 de fev. de 2009

Mariontes urbanas - Parte I ...

Hoje sentado no metrô, como de costume estava com meu MP3 a todo vapor no ouvido, dessa vez com "Shine on Your Crazy Diamond" do Pink Floyd, quando comecei a reparar no comportamento das pessoas ao meu redor. Mesmo com o vagão vazio, havia tanta gente diferente, cada uma com suas preocupações e felicidades refletidas em suas faces, cada uma com seu destino, muitas sem chegada mas com partida, outras sem ideia do que fazer, apenas vivendo o meio a espera do fim.

Até que me concentrei na música enquanto olhava para as pessoas, e em meio aos solos de guitarra, sons de ambiente e todo o instrumental digno da banda, eu comecei a notar, que sem nossa voz, não somos nada. A boca das pessoas se mechiam, mas devido a música eu não as ouvia, me dando uma sensação parecida com a que se tem ao ver um programa de televisão sem o som, parece que fica tudo meio que suspenso, ou flutuando no ar, como se as pessoas mesmo estando alí, não estivem alí de verdade, fossem apenas corpos em movimentos gerados pelos impulsos do cérebro, porém com seu espírito em outro lugar, uma outra dimensão talvez.

A partir daí, comecei a entender, porque todos os que detém um certo tipo de poder, fazem o possível para calar a voz de uma maioria que individualmente pode não ter uma força superior, mas que junta é capaz de gerar um poder muito maior que aquela pessoa.

Desde que o homem vive em sociedade, ele é forçado a calar-se e conformar-se com tudo, com política "ah são todos uns corruptos mesmo, fazer o que?", com a vida "ah vamos tocando né, a vida é dura, mas é assim mesmo" e o que é pior com nós mesmos "ah tudo bem, eu não consigo mesmo, deixa pra lá, depois eu vejo", entre outras situações. E quando aparece alguém que quebra esse conformismo, essa mesmice, todos o criticam, o olham torto, seja por suas roupas, ou pela sua aparência, seus pensamentos etc...

Uma pessoa sem voz, é uma pessoa morta, é como um morto-vivo, que anda a esmo pela vida em busca de sobrevivência e nada mais. Quando digo voz, não me refiro somente ao dom da fala, mas a voz do espírito de cada um, aquilo que reflete quem nós somos. Essa voz fala através de nós em nosso comportamento em nossas roupas, em nossos costumes e posturas diante da vida.

Ai me pergunto qual tem sido minha postura? Qual é a marca que deixarei na vida para que todos saibam que não simplesmente passei por ela, mas de uma certa forma a melhorei!?

Qual tem sido a sua postura? Qual será a sua marca?

Think about.

hmm... vem muito mais por ai...

Um comentário:

Olá, aqui é o cabeludo, após o sinal deixe seu recado, que logo mais eu vou ler, prometo! rs