11 de abr. de 2009

Eu esperava mais...

E agora....

Então é isso? Tudo se apaga, o silêncio mortal rompe os tímpanos outrora acostumados a captar aquilo que até então era entendido como realidade. Após o estouro, um silêncio sepulcral invade a cabeça, fazendo perder o chão, e a noção de tempo e espaço.

Tudo parece vago, rumo ao desconhecido, negro e profundo no horizonte aleatório. Mergulhado na imensidão sem saber se de pé ou deitado, seguindo em frente ou para trás. A métrica já não existe mais, o espaço é apenas uma lembrança do passado, o tempo se torna inexistente. Um buraco, uma lacuna, uma fase, uma transição, um desconhecido sempre temido, agora descoberto porém enigmático. Todos continuarão sem saber como é, uma experiência única, com lugar apenas para uma pessoa por vez, pois cada um tem sua lembrança, sua sensação e seu caminho por onde veio.

Esperava mais, algo místico, um tanto tenebroso e dolorido, mas apenas um estampido foi o que sobrou na memória, e no corpo, nada além da essência, nenhuma diferença, nenhuma roupa, nenhuma carne, destituído de uma condição material, não mais pode ser chamado de corpo, apenas um Ser. Um aleatório envolto a uma dimensão de nada com coisa nenhuma, algo tão complexo que passa despercebido pela mente, um cálculo sem resultado humano, a equação do infinito, em apenas um milésimo de segundo que parece não ter fim.

Tudo caiu por terra, conceitos, conhecimento, ego, todo o filme já passou e agora cai em sí aquilo que sempre esteve implícito, sua natureza e realidade, nua, sem amigos, sonhos, a monotonia predominante por todo o percurso anterior, os raros momentos de felicidade, hoje apenas algo perdido em outra realidade, um sentimento nostálgico e solitário.

A realidade passada mostra-se cruel e sem piedade, mais agressiva que o presente, que agora se vale disso como argumento para a situação atual, aqui a amargura, a dor e a solidão já não existem mais. É o Ser por si só, apenas a essência daquilo que sempre foi mais só agora está revelado...


E agora? É só isso? Sem cerimônias, despedidas nem julgamentos?

Uma luz se abre ao longe, talvez meu destino, o lugar para onde eu deva ir. Não há mais nada o que temer, já não se sente nada, agora tudo acabou, e no fim das contas... Eu esperava mais...

3 comentários:

Olá, aqui é o cabeludo, após o sinal deixe seu recado, que logo mais eu vou ler, prometo! rs